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Vini Italiani: Valpolicella


Os vinhos italianos são conhecidos mundialmente por sua ampla variedade. Na Itália estão algumas das regiões produtoras de vinho mais antigas do mundo. Etruscos e colonizadores produziram vinho na Itália antes que os romanos começassem seus próprios vinhedos no século II a.C. A viticultura e a vinificação romanas eram prolíficas e bem organizadas, sendo pioneiras em larga escala em técnicas de produção e armazenamento, como a fabricação de barris e o engarrafamento. Para saber sobre a origem do vinho assista o vídeo: https://youtu.be/VHGYlMK5Zlo

Como escolher um vinho nas pratelheiras italianas?

Os vinhos italianos podem ser: de mesa, DOC, DOCG, IG. A finalidade de uma denominação não é garantir a qualidade de um vinho, e sim sua tipicidade. Assim a nomenclatura diferentemente do que muitos pensam não é uma classificação de qualidade mas de procedência e prestígio.

A marca D.O.C foi introduzida no ano de 1950. A legislação prevê e define as especificações para cada DOC. As mais comuns são: áreas de produção, uvas permitidas, tipo de solo, rendimento das videiras, tecnologias, métodos e tempo de envelhecimento. Depois desse rígido controle, os vinhos são submetidos a uma análise químico-física e a um exame organoléptico antes da comercialização.

Já a legislação de D.O.C.G entrou em vigor em 1967. Ela pode ser atribuída apenas aos vinhos que já tenham obtido a D.O.C há pelo menos 5 anos e tenham adquirido prestígio e valorização nacional e internacional, levando em conta fatores naturais, humanos e históricos. Esses vinhos, além dos mesmos exames previstos para os DOC’s, têm que receber uma análise técnica adicional durante a fase do engarrafamento e uma análise sensorial (degustação) antes de serem colocados no mercado.

Por isso muitos produtores preferem abrir mão das denominações de origem controladas e classificar seus vinhos como IGT (Indicazione Geográfica Tipica).

Em agosto de 2019 fizemos uma imersão na província de Verona, onde está a cidade de Valpolicella, com os alunos de língua italiana, fizemos degustação de 4 vinhos na cantina Valpolicella Negrar: Valpolicella Clássico (D.O.C), Valpolicella Ripasso (D.O.C), Recioto della Valpolicella (D.O.C.G) e Amarone della Valpolicella (D.O.C.G).

Qual a diferença entre eles? Por que o clássico têm teor alcoólico de 11% e os amarones della Valpolicella, de 14% até 17% se são produzidos das mesmas uvas: Corvina veronese, rondinella e molinara? O que vai diferenciar um Valpolicella Classico de um Amarone della Valpolicella é o método de produção particular (começo do século 6). Enquanto o Valpolicella Clássico é feito como a maioria dos vinhos tintos secos (uvas esmagadas logo após a colheita, iniciando o processo de fermentação, que é transformação do açúcar em álcool), para a produção do Amarone, as uvas só serão esmagadas QUATRO MESES depois. Isso por que durante esses 120 dias, as uvas ficam em esteiras secando, perdendo água, encolhendo, concentrando o açúcar, e se transformando em uvas (quase) passas, perdendo 35% do seu peso (processo que se chama em italiano, appassimento).

O Recioto também è feito de uvas de “appassimento", passificadas. A diferença entre o Recioto e o Amarone é que para o Recioto, a fermentação é interrompida antes que todo o açúcar se transforme em álcool, ficando com açúcar residual, o que faz dele um vinho doce. O Amarone, que ganhou esse nome por ser mais “amargo” que o vinho doce (porque ele é feito com as uvas passas que seriam utilizadas nos vinhos doces), seria um Recioto que fermentou completamente. E por inspirar a contemplação, é chamado pelos italianos de “vino da meditazione”. Já o Ripasso é feito das uvas que restaram do Amarone, “ripassare" em italiano é passar novamente.

NESTE VÍDEO você assiste a guia que nos contou esta história no dia da degustação.







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